Em telhados industriais, o risco de queda pode se somar ao risco de choque elétrico ou arco voltaico, criando uma situação de perigo exponencial. Trabalhar próximo a linhas energizadas, cabos de pára-raios ou fiação exposta exige a sinergia total das normas NR 35 (Trabalho em Altura) e NR 10 (Segurança em Eletricidade). Ignorar esta dupla ameaça é fatal.

A Regra Máxima: Desenergização e Distanciamento
A prioridade absoluta, conforme a NR 10, é a desenergização total da rede. Caso isso não seja possível, deve-se:
- Estabelecer Distâncias Seguras: A área deve ser isolada e demarcada, respeitando a Zona de Risco (ZR) e a Zona Controlada (ZC) da NR 10, impedindo que o trabalhador, o EPI ou qualquer ferramenta invada o espaço de risco.
- Isolamento Físico: Utilizar barreiras e proteções não condutoras, fixadas de forma segura, para criar um limite físico entre a atividade em altura e as partes energizadas.
- APR Específica: A Análise Preliminar de Risco (APR) e a Permissão de Trabalho (PT) devem ser documentos conjuntos, que contemplem os riscos de queda, de choque e as medidas para ambas as situações.
EPIs Não Condutores: O Detalhe que Salva
Em áreas de proximidade ou alta umidade, onde o risco de condução é maior, é crucial o uso de EPIs que minimizem a chance de condução elétrica:
- Talabartes/Conectores: Onde o metal pode se tornar um condutor, deve-se priorizar o uso de talabartes com conectores dielétricos (sem metal exposto) ou de alumínio (que, embora condutor, possui menor peso e risco que o aço em certas aplicações) e a ancoragem em estruturas não metálicas.
- Atenção à Ancoragem: As linhas de vida e pontos de ancoragem instalados em estruturas metálicas devem ser aterradas e inspecionadas. Qualquer contato do sistema de retenção de queda com a linha energizada transforma toda a estrutura em um ponto de perigo.
Boas Práticas Profissionais:
- Treinamento Duplo: A equipe deve possuir, além do treinamento em NR 35, o curso básico ou complementar em NR 10 (SEP – Sistema Elétrico de Potência, se aplicável).
- Posicionamento: O Plano de Resgate (que já discutimos) deve considerar o risco elétrico, garantindo que o resgate não exponha o socorrista ao choque.
No trabalho em altura, não basta estar preso, é preciso estar isolado do perigo elétrico!
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