Se o sistema de ancoragem e o EPI evitam que o trabalhador atinja o solo, o Plano de Resgate em Altura é o procedimento que evita que ele morra suspenso. No ambiente de telhados industriais, onde o acesso é complexo e o tempo é crítico, o resgate deve ser imediato. A NR 35 exige que todas as empresas tenham um plano de emergência específico e testado.
Síndrome da Suspensão Inerte (SSI): A Luta Contra o Tempo
Após uma queda, o trabalhador que permanece inerte, suspenso pelo cinto de segurança, corre risco de vida devido à Síndrome da Suspensão Inerte (SSI) ou Trauma de Suspensão. A pressão exercida pelas fitas do cinto nas veias femorais pode restringir o fluxo sanguíneo de volta ao coração.
- Risco: A estagnação do sangue pode levar a tontura, perda de consciência, danos orgânicos e, em casos extremos, à morte.
- Tempo: A janela de tempo para o resgate seguro é estimada em 15 a 20 minutos. Esperar o Corpo de Bombeiros, em muitos casos, não é uma opção viável.
As Três Regras de Ouro do Resgate Eficaz:
O Plano de Resgate deve ser:
- Rápido: O resgate deve ser executado, preferencialmente, pela própria equipe de trabalho treinada, utilizando kits de resgate pré-montados (equipamentos de descida controlada).
- Simples: Os procedimentos devem ser padronizados e frequentemente simulados para que possam ser aplicados sob estresse.
- Específico ao Local: O plano deve considerar as particularidades do ambiente (ex: altura, distância das linhas de vida, presença de obstáculos no telhado, como o trabalhador será baixado ou içado).
Preparação e Boas Práticas (NR 35):
- Capacitação: O Anexo II da NR 35 exige treinamento específico para as equipes de resgate, que devem dominar técnicas de acesso por corda e primeiros socorros.
- Kits de Resgate: Mantenha kits de resgate dedicados (com cordas, polias e descensores) sempre próximos ao local de trabalho em altura e com inspeção em dia.
- Simulação: Realize simulações periódicas do plano, cronometrando o tempo de resposta e ajustando o procedimento para garantir que ele seja sempre inferior ao limite crítico da SSI.
Um Plano de Resgate robusto não é um custo, é a parte final do investimento em segurança que garante que o seu colaborador retorne para casa.
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